O domingo em Mandalika não correu como esperado para Luca Marini, que depois de ter partido da primeira posição, foi colocado fora de prova por Brad Binder.
E apesar de Marini se ter mostrado compreensivo com o seu colega, deixou clara a sua opinião sobre penalizações futuras em caso de acontecer mais do que um incidente de corrida, afirmando que foi estranho Binder ser duplamente penalizado e conseguir ainda assim um bom resultado:
– Sim, é um caso estranho que talvez aconteça pela primeira vez. Também caíram muitos pilotos, mas talvez possamos falar um pouco das penalizações e a segunda talvez pudesse ter sido um pouco pior do que a primeira, como no futebol com o cartão amarelo e o cartão vermelho. Algo assim. Tentar pensar nisto todos juntos porque queremos mais segurança, como costume. Isto vai ser um ponto na próxima comissão de segurança, eu acho.
O piloto italiano da Mooney VR46 foi também questionado sobre uma eventual comissão de pilotos liderada por Sylvan Guintoli para ajudar a melhorar o espetáculo e o campeonato, e um salário mínimo para todos os pilotos da grelha de MotoGP, sugerido por Johann Zarco:
– Neste momento não sei muito bem como está a situação, porque falhei o Japão e na Índia não andei a trocar tantas mensagens pelo telefone, por isso estou um pouco atrás nisto (comissão de pilotos). Eu sei que eles estão a falar e que estamos a tentar fazer algo de bom para o futuro e espero que tudo possa ser bom, porque precisamos também de ajuda para dar um melhor espetáculo e tornar o desporto melhor para todos. É do nosso interesse também. (…) Acho que é algo muito complicado. É uma boa opção, todos ficariam felizes, especialmente eu e todos os pilotos das equipas satélite, mas eu acho que vai ser algo muito difícil. Mas é verdade que agora o stress e a falta de tempo é inacreditável. Um piloto de MotoGP atualmente está numa situação muito complicada durante o fim-de-semana, nuca é fácil e se estiveres bem a moto, o trabalho é mais fácil, mas se estiveres em dificuldades e precisares de trabalhar passando horas na garagem, aí também vais precisar de 4/5 horas por dia fora da garagem e é muito difícil para nós, mas com mais dinheiro claro que todos os pilotos ficavam mais contentes.
Por fim, e no seguimento da ideia de uma comissão e um salário mínimo, Marini afirmou que não pensa ser possível melhorar o formato dos fins-de-semana de corrida de MotoGP, dizendo que cabe também aos pilotos adaptarem-se ao mesmo, sendo que se todos tivessem uma Ducati, seria mais fácil:
– É impossível neste momento de melhorar o formato, na minha opinião temos apenas de adaptar melhor. Do meu lado, desde o início da temporada que tenho entendido melhor tudo, tenho um melhor plano e gerimos tudo de uma melhor forma. Claro que com mais tempo, mais experiência vamos conseguir adaptar-nos ainda melhor, mas na minha opinião o formato agora é impossível de mudar, porque é algo que está a resultar e as corridas Sprint são também um bom espetáculo para as televisões, para as pessoas e todos os fãs. (…) Não temos tempo suficiente para trabalhar neste momento já. Numa Ducati eu diria que talvez pudéssemos vir aqui no sábado e fazer a Sprint, mas para os outros pilotos nas outras marcas não é justo.